Gente que sem saber se sentam comigo
Quantas vezes a morte me bate à porta,
Sento-me com ela com um sorriso doce
E um triste olhar
A recordar tantos que morreram…
Gente que eu gostei,
Gente que se despediu,
Gente que nada disse,
Gente que sem saber se sentam comigo.
Outra morte bate-me à porta;
Mais cruel, mais dura!
Os meus pais, homens que amei e amo…
Mais…
Como dói os momentos em que me sento com esta morte.
A morte!
Como é infalível!
Fria!
Solitária!
Escura!
Quando morres,
Morres simplesmente…
Simplesmente… morres!
Nunca mais ninguém te vê.
(Nunca mais ninguém te vê!…)
Aprofundar num silêncio ensurdecedor que ninguém mais te vê!…
É ficar a olhar para a morte com mais tristeza do que se
morresse…
Se todos abrirem a porta à morte e se sentarem com a ela,
tão melhor vai ser viver e morrer.
Sento-me com a morte, falo com a morte e quando ela vier já
somos conhecidos e deixo-me levar…
Sei que um ou outro se vai lembrar de mim, vai sentar-se com
a morte e com um sorriso doce e triste olhar vai dizer baixinho…
(Um dia saberei quando a morte me chamar para sentar junto
de ti).
Diana Barbosa 7/08/2019
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