segunda-feira, 26 de outubro de 2020

 

Tudo esmorece num segundo,

Nos meus braços um grito mudo,

Um olhar incerto,

Um ser fraterno esmorece…

 

Minha alma desperta o passado,

Um outro ser enfraquecido…

Antecipo dores profundas,

E a impotência invade meus sentidos…

 

Sem rumo abandono-me no chão,

A chuva me acompanha num choro compulsivo,

A raiva bloqueia-me o respirar.

O céu negro chuvoso e as pedras da calçada

São o meu abrigo,

Porque tudo que me rodeia é mais negro

Frio e cru…

Tudo que vejo em volta é excremento

Aos olhos da dor da minha alma,

No meu corpo sofrido caído…

Ao lembrar que outro corpo,

Mais sofrido, está pior em lençóis de cama lavada…

 

A Deus imploro compaixão…

Meu padrasto que respeito e amo,

Perdão por não poder acolher e cuidar de ti…

Dá-me todas as dores e lágrimas

Para que possas dormir tranquilo…


Diana Barbosa



Imagem google

quarta-feira, 13 de maio de 2020


Maio

A cada brotar teu
Acrescento um ano à minha existência…
Neste caminho cada vez mais curto
Sinto uma paz rendida
Neste caminhar incerto!

Apago-me sem dor
Como se todas as manhãs me nutrisse de analgésico
Para que seja suportável seguir…
Diverte-me as lembranças de momentos
Que me faz viajar no tempo
Como se voltassem a ser reais…
Pequenos momentos que me são tão vitais…



13/05/2020 Diana Barbosa




sexta-feira, 17 de janeiro de 2020


Amo as lágrimas salgadas
Desprendidas da minha alma
São a fonte do vazio
que me mata lentamente…

Não sou viva nem morta,
não estou aqui nem aí,
afundo-me numa dor inexistente
sem físico nem ar…

Quando sorrio, não sou eu…
São lágrimas cansadas que
Adormecem profundamente,
E fica o que vêm de um corpo terreno …

Nunca fui daqui nem dali
Não me encontro em nenhum dos dois
Fui de todos e de ninguém
Nunca fui de mim…

Neste cansaço, cada vez mais cansaço
Amo as lágrimas salgadas e…
No entardecer da tristeza
Deixo-me morrer na solidão…

Diana Barbosa 17/01/2020





quarta-feira, 7 de agosto de 2019


Gente que sem saber se sentam comigo


Quantas vezes a morte me bate à porta,
Sento-me com ela com um sorriso doce
E um triste olhar
A recordar tantos que morreram…
Gente que eu gostei,
Gente que se despediu,
Gente que nada disse,
Gente que sem saber se sentam comigo.

Outra morte bate-me à porta;
Mais cruel, mais dura!
Os meus pais, homens que amei e amo…
Mais…
Como dói os momentos em que me sento com esta morte.

A morte!
Como é infalível!
Fria!
Solitária!
Escura!

Quando morres,
Morres simplesmente…
Simplesmente… morres!
Nunca mais ninguém te vê.
(Nunca mais ninguém te vê!…)
Aprofundar num silêncio ensurdecedor que ninguém mais te vê!…
É ficar a olhar para a morte com mais tristeza do que se morresse…

Se todos abrirem a porta à morte e se sentarem com a ela, tão melhor vai ser viver e morrer.

Sento-me com a morte, falo com a morte e quando ela vier já somos conhecidos e deixo-me levar…

Sei que um ou outro se vai lembrar de mim, vai sentar-se com a morte e com um sorriso doce e triste olhar vai dizer baixinho…
(Um dia saberei quando a morte me chamar para sentar junto de ti).


Diana Barbosa 7/08/2019


terça-feira, 26 de março de 2019




É tempo sem tempo…
Um quadro colorido
Ocupa-me a mente
Nas vestes cinzentas
Que me cobre o corpo…

21/03/2019 Diana Barbosa





quinta-feira, 20 de setembro de 2018


Não fiques na escuridão!
Liga a luz das estrelas,
Deixa o sol brilhar,
Não tires tempo ao tempo,
Mesmo que pareça o fim.
Reacende o sorriso!
Respira a vida!
Sente vontade!...
Vontade de viver,
Vontade de lutar!...
O céu, a terra, a lua, o sol, o vento, a água…
Te fará renascer…
Mesmo que pareça o fim,
A escuridão ficará um planeta de amor…
E o fim será eterno…

Diana Barbosa 20/09/2018




quinta-feira, 1 de março de 2018


TRISTEZA TRANQUILA


T odo este céu é imenso e discreto,
R asgo as vestes gastas de solidão
I nundadas de terra indeterminada,
S em sol, sem brilho, sem ar…
T ristemente despida de mim,
E levo o meu olhar sobre o horizonte,
Z umbe o silêncio no topo da montanha,
A corrento-me ao desejo, ao sonho…

T ranspira meu corpo revestido de penas,
R esplandece as mais belas asas
A ltivas e livres de voar…sem
N orte, vai! rasga os céus!
Q ueda-se na aragem longínqua 
U m suspiro de liberdade que
I nvade na alma.
L eve, levemente,
A tranquilidade é plena… no meu voar…

Diana Barbosa 01/03/2018