quarta-feira, 7 de agosto de 2019


Gente que sem saber se sentam comigo


Quantas vezes a morte me bate à porta,
Sento-me com ela com um sorriso doce
E um triste olhar
A recordar tantos que morreram…
Gente que eu gostei,
Gente que se despediu,
Gente que nada disse,
Gente que sem saber se sentam comigo.

Outra morte bate-me à porta;
Mais cruel, mais dura!
Os meus pais, homens que amei e amo…
Mais…
Como dói os momentos em que me sento com esta morte.

A morte!
Como é infalível!
Fria!
Solitária!
Escura!

Quando morres,
Morres simplesmente…
Simplesmente… morres!
Nunca mais ninguém te vê.
(Nunca mais ninguém te vê!…)
Aprofundar num silêncio ensurdecedor que ninguém mais te vê!…
É ficar a olhar para a morte com mais tristeza do que se morresse…

Se todos abrirem a porta à morte e se sentarem com a ela, tão melhor vai ser viver e morrer.

Sento-me com a morte, falo com a morte e quando ela vier já somos conhecidos e deixo-me levar…

Sei que um ou outro se vai lembrar de mim, vai sentar-se com a morte e com um sorriso doce e triste olhar vai dizer baixinho…
(Um dia saberei quando a morte me chamar para sentar junto de ti).


Diana Barbosa 7/08/2019


terça-feira, 26 de março de 2019




É tempo sem tempo…
Um quadro colorido
Ocupa-me a mente
Nas vestes cinzentas
Que me cobre o corpo…

21/03/2019 Diana Barbosa